a liquidez do chá incomoda muita gente, talvez por conter extratos sólidos de ervas que propiciam o tempo de fala, da escuta, do toque, dá agua quente que toca, esquenta, deixa com calor.
hum calor, energia, flutuação de odores e sabores que esbarra na língua, escorre pelo corpo e chega entre as vielas dos pés.
a umidade por lá é pegajosa e gelada feito gelatina sem sabor, sem cor, sem flor. e por falar sem cor, a dama da noite que abre seus braços para a escuridão, cospe suas secreções soníferas na madrugada de cabelos soltos e corpo mole. a necessidade de emoldurar as fragilidades da pele que arrepia, do peito sem peito e com peito, da vontade de curva que o cabelo está, da água suja que engole os pés da vida do rio doce, que de tão doce morre de glicose alta, alto teor de lama doce, doce de água mole e pedra dura.
efi-gênia ouve o mundo com os olhos, sorri com eles e chora sem eles, se cobre de cores, formas e figuras, veste a surdez que não atinge os bons ouvidos da moda. a joanice de dona joanice pinta a vida com sorrisos largos e plantas por todos os lados, até no buraco da orelha.
o abismo das gerações separadas pela diferença do tempo que mais ouve e outro que menos faz, da falta que faz falar, abraçar, beijar e amar sem tempo para pensar em se mecanizar.
o liquido que sai do buraco do umbigo lubrifica a superfície da superficialidade de não se adentrar as cavernas estrambóticas naturais ao estado de ser um ser úmido, quente e humano. entre as frestas das plantas carnívoras, escorre a solidez da santidade que pregava o homem na flor espinhosa do pecado da gula por outro homem, da gula, da flor por outra flor
Regiany Maia e
Lucas Leardine
Projeto e direção de arte: Regiany Maia e Lucas Leardine Fotografia:Regiany Maia Participação : Efigênia Maia, Joanice Leardine, Pedro Muriel, Lucas Pestana, Caio Gracco Lopes